quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Leituras 2012 # 43




Não iniciei esta leitura com grandes expectativas, porque as opiniões que tinha visto não eram muito favoráveis.
De facto, existiam os ingredientes para um bom romance: as paisagens dos vinhedos e os aromas dos vinhos e das ervas francesas, o mistério do passado ligado a duas famílias desconhecidas, o amor a florescer… mas, na verdade, houve qualquer coisa na forma como a história foi contada que não me fez devorar o livro. Nem as descrições da vida rural duma pequena aldeia francesa, com as suas paisagens luxuriantes e os aromas que por norma me fazem sonhar e viajar entre páginas, me cativaram por aí além.
O que para mim não funcionou: a autora apresenta-nos, numa primeira parte, a história de Melanie. Estava a gostar bastante e, de repente, surge uma outra história, a de Honor. Mas eu queria era ler sobre a outra história e foi por pouco que não passei adiante para acompanhar a vida de Melanie, de seguida. Ou seja, desta forma, Honor para mim foi desinteressante e quase um suplício. Se a autora fosse contando a história em simultâneo penso que a forma como “agarrei” o livro teria sido diferente.
Melanie estuda na Califórnia para ser, um dia, uma vinicultora. Aprende com os mestres e sente-se realizada. A sua estrutura familiar são os avós, que a criaram desde pequena. Ainda que tenham sido as circunstâncias da vida, ela não consegue esquecer que foi criada longe da mãe e que esta agora tem uma família feliz, da qual Melanie não sente que faz parte. Igor, o padrasto, é um aficionado por vinhos raros e tem uma relação complicada com Melanie. No entanto, vão unir-se de uma forma que gostei bastante.
Honor é indecisa e inconstante. Um pouco perdida em Londres, vai viver com o namorado para França, num lugarejo chamado Astignac, que parece tirado de um cenário de encantar. Mas cedo se apercebe que, mais uma vez, não é aquilo que deseja. Hugo passa a vida a viajar em negócios e ela sente-se sozinha e insegura. Acaba por voltar para Londres e agarra uma oportunidade no mundo artístico.
Por força do destino, estas duas jovens encontram-se, já perto do fim do livro e aí acontece tudo de uma vez. Senti que estive a ler quase trezentas páginas em que pouco ou nada de interessante aconteceu e, depois, acontece tudo num ápice. Achei um pouco forçado.
Gostei particularmente de Poppa, o avô de Melanie. É ele que traz à história alguma doçura, meiguice, na relação com a neta e o mistério da história, envolvido em memórias da Segunda Guerra Mundial. Gostei da parte das falsificações de vinhos raros (e caríssimos). Pelo menos, apimentou um pouco a história e deu-nos a conhecer um pouco desse mundo dos coleccionadores . Achei também interessante ficar a conhecer um pouco mais da produção de vinhos. No entanto, foi numa fase do livro pouco cativante para mim, pelo que não apreciei completamente.

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